Hoje é 27 de julho de 2024 01:43
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Vereadores de oposição querem barrar em Brasília empréstimo de R$ 710 milhões

Enquanto aguardam uma palavra final da Justiça sobre a legalidade do empréstimo, vereadores do Grupo Vanguarda tentam barrar politicamente o processo junto à Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil
Vereador Igor Franco, do bloco Vanguarda: “Estamos juntando toda a documentação que comprova que é uma irresponsabilidade do prefeito pedir, no apagar das luzes, o empréstimo” // Fotos: PORTAL NG

Mesmo autorizado pela Câmara Municipal, o empréstimo de R$ 710 milhões que o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) está prestes a fazer para custear obras em Goiânia ainda é alvo de críticas. Mais que isso, vereadores do Grupo Vanguarda ainda aguardam uma palavra final da Justiça e, ao mesmo tempo, tentam travar politicamente o andamento do processo junto à Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.

“Só os juros que serão pagos desse empréstimo, se ele se concretizar, coisa que não acredito e vou trabalhar duro para que não seja concretizado, daria para poder arrumar o plano de carreira de todos os servidores da Saúde e Educação”, afirma o vereador Igor Franco (Solidariedade), líder do grupo Vanguarda, que recorreu à Justiça contra o empréstimo e aguarda uma palavra final do Superior Tribunal de Justiça.

“Estamos trabalhando duro, juntando toda a documentação que comprova que é uma irresponsabilidade muito grande do prefeito Rogério Cruz pedir, no apagar das luzes, o empréstimo”, acrescenta.

Também contra o empréstimo, o vereador Sargento Novandir (Avante, foto), que deixou a base do prefeito recentemente, afirma que há articulações políticas para barrar o empréstimo diretamente em Brasília, já que os agentes financeiros da operação de crédito são o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, ambos estatais com diretores nomeados pelo Governo federal.

“Nós temos que orar e rogar a Deus, pedir a Deus para que possamos conseguir derrubar esse empréstimo em Brasília, porque, se esse dinheiro chegar nos cofres públicos, vai ser uma derrota para o povo goianiense”, explana Novandir.

O vereador afirma que os R$ 710 milhões não serão usados para concluir obras em andamento, como asfaltamento e construção de unidades de saúde. Para ele, o prefeito já tem os recursos para isso, uma vez que lançou no ano passado o programa Goiânia Adiante, com R$ 1,7 bilhão em investimentos.

“Ele vai pegar esse dinheiro (empréstimo), colocar nas obras paradas, faz o jogo político e o dinheiro que tinha no caixa ele gasta da maneira que quiser. Então, goianiense, fica atento, esse prejuízo é irreparável para Goiânia”, acrescenta.

Outro plano que o bloco Vanguarda diz ter é tentar afastar Rogério Cruz do cargo, por meio de um processo de impeachment. Apesar de Cruz estar nos últimos meses de governo e próximo da campanha eleitoral, Igor Franco afirma que já tem até o pedido de abertura do processo pronto.

“Estou com o pedido de impeachment pronto, bem formatado, bem fundamentado, apto pra poder propor aqui na Câmara”, garante.

“Não apresentei porque ainda não temos apoio popular necessário”, completa.

“Não adianta protocolar pedido pra ser arquivado. Temos que protocolar, ir adiante e de fato a coisa acontecer”, conclui o vereador.

Para base governista, tentativa de barrar na Justiça é ‘capenga’

Aliado do prefeito Rogério Cruz, o vereador Thialu Guiotti (Avante, foto) considera normal a tentativa de opositores tentarem barrar ações do Governo municipal, mas afirma que não há elementos concretos para que isso aconteça. Ele também critica o fato de vereadores que, até pouco tempo, eram aliados do Executivo e que, agora, passam a atacar a gestão municipal.

“Respeito o vereador Igor Franco, o bloco que é o qual ele representa, é prerrogativa dele ser base, ser oposição. O vereador Igor Franco também estava na base até recentemente pouco tempo atrás, agora se torna oposição e quer tentar barrar judicialmente em instâncias superiores um empréstimo que foi autorizado pelo poder legislativo. Mas devemos lembrar que não significa que o valor de R$ 710 milhões cairá na conta da prefeitura”, afirma Guiotti.

“Esse recurso será colocado gradativamente a partir do momento que a prefeitura executa as obras. Se a prefeitura não conseguir licitar, entregar nenhuma obra, certamente não terá nenhum real de dinheiro público emprestado ao município de Goiânia”, completa.

Para ele, a tentativa de barrar o empréstimo na Justiça, em instâncias superiores, é “muito capenga”.

“Baseado em quê? O próprio Ministério Público, a segunda instância, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, reconheceu a legalidade do processo”, finaliza.

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