Hoje é 27 de julho de 2024 02:09
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​Mauro Cid é preso após depoimento no STF

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro voltou a ser preso após vazamento de áudios em que ele afirma ter sido pressionado durante depoimentos e também critica Alexandre de Moraes
Tenente-coronel do Exército Mauro Cid: em gravações divulgadas pela revista “Veja”, ele acusa Moraes e Polícia Federal de irregularidades ao longo do acordo de colaboração premiada // Foto: reprodução/ABr

O Supremo Tribunal Federal (STF) informou nesta sexta-feira (22/3) que o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), foi novamente preso. A prisão preventiva do militar foi ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

A prisão ocorreu após a divulgação de áudios nos quais Cid afirma ter sido pressionado pela Polícia Federal durante interrogatórios, além de fazer críticas a Alexandre de Moraes. As gravações foram publicadas pela revista “Veja” na quinta-feira (21).

Antes de ser preso, Cid foi ouvido pelo desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes, na presença de um representante da Procuradoria-Geral da República (PGR) e de sua própria defesa.

Nos áudios divulgados pela “Veja”, Cid acusa Moraes (responsável por homologar sua delação) e agentes da PF de terem uma “narrativa pronta”, insinuando irregularidades durante o acordo de colaboração. Segundo Cid, os investigadores “não estavam interessados na verdade”.

O advogado de Mauro Cid, Cezar Bittencourt, argumenta que os áudios são um “desabafo”, refletindo a angústia pessoal, familiar e profissional de seu cliente. Bittencourt ressalta que Cid não questiona a independência, integridade e funcionalidade da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República ou do Supremo Tribunal Federal em suas investigações e colaborações.

Esta é a segunda vez que Cid é detido. A primeira ocorreu em maio de 2023, durante uma operação que investigava a falsificação de cartões de vacinação de Bolsonaro, seus familiares e assessores. Em setembro do mesmo ano, após seis meses de detenção, ele firmou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, homologado por Alexandre de Moraes, e foi libertado.

No âmbito da delação, Cid forneceu uma série de depoimentos que auxiliaram a PF em investigações contra o ex-presidente Bolsonaro, incluindo a apuração de uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, visando impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na semana anterior, Cid foi indiciado junto com Bolsonaro e outras 15 pessoas pela falsificação de cartões de vacinação.

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