Hoje é 8 de outubro de 2024 13:12

Direção do PT veta bolsonaristas, mas não descarta aliança com candidatos do PL

Dentro do partido do presidente Lula, há dirigentes que defendem a formação de acordos com o PL, partido de Bolsonaro, nos municípios em que haja interesses coincidentes
Por dois votos de diferença, direção do PT vetou tentativa de impedir que candidatos filiados ao partido apoiassem ou recebessem apoio de membros do PL nas próximas eleições municipais // Foto: Divulgação

O Partido dos Trabalhadores aprovou uma resolução com vistas às eleições municipais de 2024 em que abre a possibilidade de estabelecer alianças com filiados do Partido Liberal (PL), presidido nacionalmente por Valdemar Costa Neto e liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Divulgado nesta quarta-feira (30/8), o documento não cita o PL, mas expressamente veda alianças com “candidatos associados ao projeto bolsonarista”.

Durante uma reunião de seu diretório nacional na segunda-feira, a liderança do PT propôs uma resolução que inclui, entre outros pontos, a proibição de alianças com “candidatos e candidatas associados ao projeto bolsonarista”. Surgiu, também, uma tentativa de tornar o texto mais rigoroso, a fim de impedir que candidatos filiados ao PT apoiassem ou recebessem apoio de membros do PL nas próximas eleições municipais.

A proposta para um veto mais rigoroso ao PL foi liderada pelo historiador Valter Pomar, uma das vozes proeminentes da ala interna conhecida como Articulação Esquerda, e foi apoiada por outras correntes minoritárias dentro do diretório nacional. No entanto, a corrente majoritária, Construindo um Novo Brasil (CNB), que conta com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, bloqueou essa alteração no texto, mantendo a restrição apenas àqueles que se identifiquem com o “projeto bolsonarista”, sem fazer menção à filiação partidária. A CNB inclui outras figuras-chave do PT, como a presidente do partido, Gleisi Hoffmann.

A resolução do PT é vista como uma brecha para eventuais parcerias eleitorais entre as duas siglas. Na votação em primeiro turno da reforma tributária na Câmara dos Deputados, 20 dos 99 deputados federias do PL votaram com o governo Lula, favorável à Proposta de Emenda à Constituição (PEC), contra a orientação expressa do ex-presidente Bolsonaro.

Esse resultado acendeu uma luz amarela no Palácio da Alvorada para tentar entender como o partido do maior adversário político votou com a base aliada de Lula. Dentro do PT, há dirigentes que defendem a formação de acordos com o PL nos municípios em que haja interesses coincidentes. Por exemplo, no Rio de Janeiro, sondagens estão em andamento entre os dois partidos em áreas como a Baixada Fluminense e a Região Metropolitana.

Compartilhar em:

Notícias em alta